Em meados dos anos 1945, Vannevar Bush vislumbrou sabiamente que "Certo dia, um homem poderá levar consigo um registro completo de sua biblioteca e consultá-la com facilidade e rapidez.” Será que já era uma previsão do Instagram?
O tempo passou, a internet se expandiu e se diversificou, testemunhando o surgimento de novas plataformas e tendências. Entre elas, a Creator Economy, que atualmente concentra toda a atenção das comunidades online.
No centro dessa nova economia, reside a cocriação:
Uma colaboração criativa entre criadores e sua audiência que surge como um elemento crucial, promovendo uma experiência imersiva e conectada, onde a produção de conteúdo não é mais mera produção de conteúdo, é uma jornada colaborativa e autêntica.
Você sabia que 63% dos consumidores confiam nas recomendações dos creators e são influenciados na decisão de compra? (Fonte: Edelman, 2023)
Esse indicativo evidencia o poder dos criadores de conteúdo sobre suas comunidades, e como eles atraem engajamento e autenticidade para suas ideias e paixões.
Isso porque os criadores assumiram o papel de líderes. Através da cocriação, o público se torna parte ativa do processo criativo, moldando o conteúdo e fortalecendo a conexão entre criador e público.
Facilmente podemos encontrar perfis de criadores de conteúdo, onde o público trabalha ativamente no processo criativo do creator que acompanham, com ideias, preferências, feedback e sugestões de temas e formatos. Isso é cocriação, uma simbiose em que o público transcende o papel de mero receptor para se tornar uma comunidade participativa.
Assim, a interação se converte em uma experiência verdadeiramente colaborativa, em que ambas as partes se influenciam mutuamente, solidificando uma relação mais profunda e significativa.
Mas afinal, como a cocriação agrega no resultado final de um conteúdo?
A cocriação não apenas adiciona camadas de identificação ao conteúdo, mas também gera feedbacks valiosos que contribuem para seu aprimoramento contínuo. Esse processo colaborativo resulta em autenticidade e originalidade, refletindo a voz e a visão de um público real, livre de repetições e cópia e cola.
Além do senso de pertencimento por parte do público, percebemos mais conexão, interação e o crescimento na cultura colaborativa.
Esses exemplos mostram como a cocriação vai além de simplesmente envolver o público e fazer ele comprar sua ideia, ela é a essência que transforma um simples conteúdo em uma jornada imersiva de pessoa para pessoa.
A cocriação não é apenas uma tendência que atua sozinha, ela também se entrelaça de maneira intrínseca com o fenômeno do Branded Entertainment, ou entretenimento de marca.
Mas para começar, o que é Branded Entertainment? Nada mais é do que uma estratégia de marketing onde marcas são incorporadas de forma natural ao conteúdo, em vez de uma abordagem tradicional de publicidade que pode ser intrusiva.
Essa união entre a participação ativa do público e a integração orgânica de marcas fecha com chave de ouro a narrativa da criação colaborativa.
Ao envolver a audiência no processo criativo, os criadores não apenas desenvolvem conteúdo autêntico e melhoram suas conexões, mas também abrem espaço para uma integração de marca mais fluida e bem recebida.
Para ilustrar esse poder, basta dar uma olhada na Lego Ideas, uma plataforma online que permite aos usuários enviar suas ideias para novos conjuntos de Lego. As ideias que conquistam o coração da comunidade podem se transformar em coleções reais nas lojas.
Dessa forma, a audiência participa ativamente na criação do conteúdo, e a inclusão da marca ocorre de maneira natural, proporcionando uma experiência mais orgânica e genuína.
Em essência, a cocriação não é apenas um elemento chave para a economia dos criadores, mas também atua como uma segunda faceta para o sucesso do Branded Entertainment.
A união desses dois conceitos não só agrega valor para creators e marcas, mas eleva nossa experiência, de pessoas que movimentam o setor, para além do simples consumo.
Não estamos apenas assistindo a uma revolução na forma como criamos e consumimos conteúdo, mas estamos participando ativamente do novo desenho de uma era digital mais colaborativa.